República Federativa do Brasil. Um país dito democrático. Será?
Não ia escrever isso. Queria escrever algo de humor, mas me veio está dúvida na mente.
Ontem, no dia das mães, o jornalista e humorista Rafinha Bastos tuitou:
Eu ri do background. Olha aí a violência do humor agindo... Link do tuíte Uma piada de mal gosto, né? Não gostei, e toquei minha vida adiante. Hoje abro meu Twitter (follow me!) que Rafinha Bastos parou nos Trending Topics por esse tuíte e #debEstupro entrou por consequência. Explico no próximo parágrafo. |
- Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia... Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade. Homem que fez isso não merece cadeia, merece um abraço.
Agora há um grande movimento inquisitório atrás dele. Foi de Cristo a Judas em menos de um dia.
Ora, se o país é democrático, do mesmo jeito que há um monte de gente pregando a moral e os bons costumes ele pode fazer piadas do que quiser. Cabe ao interlocutor interpretar como quiser, rir ou não. Democracia é uma via de mão dupla.
O humor e a violência são separadas por uma linha tênue. O humor vive do bullying, é violento. Piadas de loira, negro, português, acreano, nordestino, japonês, de cunho sexual... Poucos são os que nunca riram de uma dessas. O que tem graça hoje pode se tornar imoral. Se te incomoda, pra que insistir? Cada um que siga sua vida e que guarde suas energias para algo mais útil que defender ou criticar quem mal conhecemos.
Respondendo minha pergunta: creio que sim, o Brasil viva uma democracia. Uma democracia que ainda engatinha, não tem boa interpretação e também não se expressa bem.
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